Empresários apontam aumento na dificuldade para contratar mão de obra qualificada no Rio Grande do Sul

Empresários apontam aumento na dificuldade para contratar mão de obra qualificada no Rio Grande do Sul

Publicado em 11 de março de 2025

Mudança no perfil demográfico do Estado, com envelhecimento da população e entrada mais tardia dos jovens no mercado de trabalho, está entre as razões que tornam mais desafiadora a reposição de vagas.

Empresários dos mais diferentes setores apontam dificuldade crescente para contratar e reter mão de obra qualificada no Rio Grande do Sul. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manhã desta terça-feira (11), Paulo Geremia, proprietário da rede de restaurantes Di Paolo, Carlos Reis, diretor da CCV Industrial e
André Menegazzo, diretor tributário da rede de farmácias São João discutiram o assunto e elencaram alguns motivos.

Paulo Geremia explica que o setor de gastronomia e hotelaria, muitas vezes, necessita de pessoas disponíveis para trabalhar nos finais de semana e em horários diferenciados.

— É um desafio grande. A empresa precisa ter um departamento de recursos humanos bem estruturado para encontrar as pessoas que tenham o perfil para a atividade.

Geremia conta que percebe que os jovens têm entrado mais tarde no mercado de trabalho e experimentam muito mais:

— Hoje, os jovens querem um propósito desde cedo, bem estabelecido. Por isso testam os locais para ver se se encaixam no objetivo pessoal, e isto é saudável, mas, claro, impacta a rotatividade.

Carlos Reis defende que haja uma comunicação mais efetiva por parte dos poderes a respeito dos benefícios sociais. De acordo com ele, muitos profissionais temem perder automaticamente o recebimento de valores dos programas com a recolocação no mercado. Geremia destaca o mesmo aspecto, ao citar que o valor do seguro-desemprego faz com que trabalhadores aguardem mais tempo para se recolocarem.

Reis afirma que a maior parte das empresas oferece capacitação para que os profissionais cresçam dentro das empresas. Ele diz que é importante chamar a atenção, sobretudo dos mais novos, da perspectiva de um plano de carreira com estabilidade num ramo importante do Estado.

Para o diretor da rede de farmácias São João, André Menegazzo, há uma mudança no perfil do Estado. Aumento da migração e redução da taxa de natalidade são fatores que impactam o mercado de trabalho. Conforme Menegazzo, a tributação em cima da folha de pagamento das empresas é outro aspecto que afeta a remuneração dos trabalhadores.

Desemprego no país

A taxa anual de desemprego em 2024 foi de 6,6%, a menor da série histórica, iniciada em 2012, em 14 Estados, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No RS, o índice ficou em 5,2%.

Crescimento econômico

O Brasil ocupa a sétima posição no ranking de crescimento econômico em 2024 com base em lista elaborada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com 39 países, e com a inclusão da Rússia.

Fonte: Gaúcha GZH
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