16 jan Morar no exterior em regime CLT é outra opção pós-pandemia
Morar no exterior em regime CLT é outra opção pós-pandemia
Iniciativa permite ampliar as possibilidades de experiência internacional nas companhias, além do modelo tradicional de expatrição, mas para proejto ser bem-sucedido é preciso ter o perfil certo.
Além do modelo tradicional de expatriação, algumas companhias oferecem outros formatos que viabilizam experiências internacionais para os funcionários. Após adotar o trabalho remoto durante a pandemia, a Libbs resolveu expandir os horizontes e, em setembro de 2022, criou o programa “Norma de Moradia no Exterior”.
A prática permite que funcionários morem em outro país por até 18 meses consecutivos, em regime CLT. “A ação começou com alguns pedidos isolados e, depois, vimos que era uma demanda que poderia ser positiva para outros profissionais”, conta Madalena Ribeiro, diretora de RH da empresa.
Nesse modelo, os trabalhadores continuam recebendo plano de saúde e vale-alimentação no Brasil, e são feitos alguns ajustes na rotina de trabalho. Para aqueles que estão vivendo em locais de fuso-horário de até 5h de diferença, a jornada é mantida e a recomendação é que façam apenas uma reunião por dia. Quando a diferença é maior, deve-se agendar, no máximo, uma reunião por semana. A companhia oferece, ainda, adiantamento de até um salário para o suporte na mudança.
Já a Froneri, empresa especializada em sorvetes, conta com um programa no qual os profissionais são recrutados para trabalhar em outros países e passam por uma formação de até um ano no Brasil antes de se mudarem.
Atualmente, vinte pessoas estão sendo treinadas para trabalhar nos EUA, além de três funcionários há seis meses no Reino Unido e quatro nos EUA. A demanda é, principalmente, por profissionais de engenharia e supply chain.
Camila Sadkowski, gerente nacional de compras da companhia, é uma das profissionais que se mudou há um ano para os EUA. Ela conta que um dos principais desafios de sua transferência começou ainda no Brasil, com a emissão do visto. “Estávamos na pandemia, o que tornou o processo mais burocrático e demorado, causando certa ansiedade e frustração.
A profissional lembra que a empresa colocou à sua disposição uma consultoria especializada para esclarecer dúvidas. Ao chegar no país de destino, algumas diferenças culturais ficaram evidentes. “Um dos momentos mais marcantes foi a forma direta como o americano se comunica, sem rodeios, o que no início me causou certa estranheza, mas que hoje vejo com bons olhos e me tornei adepta”.
A unidade da empresa no Brasil se envolve nas negociações dos pacotes dos funcionários que são expatriados e mantém contato frequente com os países receptores. “Caso surja algum problema, resolvemos rapidamente fazendo ajustes ou escalando outro profissional”, explica Airton Paliares, diretor geral da Froneri Brasil.
Paliares afirma que o mais difícil nesse processo é conseguir contratar as pessoas com o perfil certo. Ele acredita que o trabalho do RH de tentar identificar quem, realmente, vai funcionar no exterior é fundamental. “Muitas vezes, é algo ilusório porque todo mundo tem o anseio de morar fora, mas nem sempre é fácil. Esse é o primeiro passo: tirar um pouco o sonho e entender o que, de fato, faz sentido na carreira daquela pessoa”.
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