06 maio Mundo já reduziu jornada de trabalho, mas tema é polêmico no Brasil
Mundo já reduziu jornada de trabalho, mas tema é polêmico no Brasil
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), autora de projeto que visa reduzir a jornada de trabalho, destaca importância do debate e a possibilidade de ajustes na proposta. Ela argumenta que “o Brasil é obsoleto na sua jornada de trabalho, e outros países do mundo já avançaram com redução das jornadas”, afirmou a parlamentar. Já a deputada federal gaúcha Reginete Bispo (PT, foto), lembra que é uma pauta antiga do PT. “Tem um projeto do senador gaúcho Paulo Paim (PT) há 15 anos no Senado.”
Ajustes na proposta
Erika admite que o texto apresentado na Câmara dos Deputados “tem uma certa, gordura” e sinalizou a possibilidade de ajustes. “É óbvio que se nós conseguirmos aprovar a 5×2 já será um grande avanço.”
Pauta antiga do PT
Reginete Bispo disse à coluna Repórter Brasília que “a jornada de trabalho é uma pauta antiga dos trabalhadores. O senador Paulo Paim, do Rio Grande do Sul, há 15 anos tem um projeto de redução da jornada de trabalho, e agora tem na Câmara o projeto da Erika Hilton, e todos dialogam nessa pauta da redução da jornada de trabalho. Enfim, o senador Paim defendeu uma jornada de 40 horas semanais, que vai dar 5×2. Eu não tenho uma posição em relação à definição, de se é 4×3 ou 5×2”.
Novas tecnologias
“Mas o importante é que o mundo se transformou, o mundo está mecanizado, tem inteligência artificial, ou seja, as novas tecnologias colocam também o mundo do trabalho num outro nível, e as pessoas acompanham essa evolução”, afirmou Reginete Bispo.
Sem jornadas exaustivas
Na visão da deputada, “a tecnologia tem que vir para garantir uma melhor qualidade de vida às pessoas. E também esse dado que a gente tem: principalmente as gerações mais novas, desde a geração Z, não querem mais se submeter a jornadas exaustivas”.
Cuidados pessoais
“Esse é um dos fatores pela urbanização, da informalidade por conta do trabalho, as pessoas não querem gastar quase o dobro do tempo no trabalho do que com os cuidados pessoais, com a família, com a comunidade, ou seja, você tem que estudar, tem que cuidar da saúde, tem que cuidar da família, tem que ter vida social. Então, isso não cabe mais”, avalia Reginete.
Apelo social
Na avaliação da deputada petista, “o presidente Lula fez muito bem em se posicionar e puxar para o governo também esse debate. Acho que o projeto tem grandes possibilidades para tramitar na Câmara, por conta do apelo social, não por conta do perfil dos parlamentares, que são muito conservadores, no sentido ruim da palavra”.
Cortina de fumaça
Na opinião do deputado federal gaúcho Ubiratan Sanderson (PL), “o presidente Lula usou a jornada de trabalho como uma forma de fazer uma cortina de fumaça em relação ao rombo de mais de R$ 6 bilhões do INSS”. Segundo o parlamentar, “no momento difícil pelo qual passa o Brasil, com a economia com dificuldades, aumentar o encargo dos empregadores, isso aí na minha visão, seria um desastre total. Quem vai pagar essa conta não é o governo, quem vai pagar são os empregadores. Isso aí só serviria para os empregados privados, porque para o serviço público já são 40 horas”, assinalou o congressista gaúcho.
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