03 abr Parcerias entre instituições e iniciativa privada são fundamentais para inserir jovens no mercado de trabalho
Parcerias entre instituições e iniciativa privada são fundamentais para inserir jovens no mercado de trabalho
Mercado formal não consegue absorver toda a mão de obra disponível, e obstáculos são mais desafiadores para mais vulneráveis economicamente.
A entrada do jovem no mercado de trabalho impulsiona o setor produtivo, uma vez que gera renda e provê mobilidade social para pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica. A análise é de Marcelo Bentes, coordenador da área de desenvolvimento institucional da Fundação Roberto Marinho.
Bentes diz que o mercado formal não consegue absorver toda a mão de obra jovem disponível. Os obstáculos são mais desafiadores para jovens mais vulneráveis economicamente. Estes têm mais dificuldades em terminar o processo de educação profissional bem como se qualificar.
A fundação atua em várias frentes nessa área. Entre as ações, está a Coalizão Aprendiz Legal, formada ano passado. É uma aliança criada para fortalecer a aprendizagem profissional e que reúne ONGs e instituições, como Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
“A partir do programa Aprendiz Legal, que atua há 20 anos na aprendizagem, e de todos os nossos cursos abrimos para ONGs de todo o território nacional que queiram atuar com a aprendizagem”, disse Bentes. Outras iniciativas são a co.liga, escola digital da fundação e da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), e o SEJA, curso que prepara os que estão fora da escola para obter diploma do ensino fundamental, ou médio, via Exame Nacional para Certificação de Jovens e Adultos (Encceja).
Bentes diz que parcerias entre instituições e iniciativa privada são fundamentais para aumentar a inclusão dos jovens no mercado de trabalho: “Trazer esse jovem para o setor produtivo, para que ele possa gerar renda para si e para a sua família, gerando perspectiva de vida para ele, é fundamental.”
Diogo Jamra, gerente de articulação do Itaú Educação e Trabalho, organização que é parte da Fundação Itaú, alertou para a ainda elevada taxa de desemprego entre a juventude no país: “No quarto trimestre de 2024, a taxa de desocupação geral no Brasil foi de 6,2%, entre pessoas de 18 a 24 anos de idade foi de 12,9%, segundo dados do IBGE”, disse. A ausência de qualificação educacional é um dos fatores que contribuem para esse cenário, completou. “Apenas 20% dos jovens acessam o ensino superior no Brasil, enquanto os outros 80% não têm garantida uma via de formação profissional que proporcione oportunidades no mundo do trabalho. Um dos resultados disso é justamente essa alta taxa de desemprego”, disse Jamra.
“É necessário que haja mudança do quadro geral de inserção dos jovens no mundo do trabalho, principalmente com formação qualificada e geração de oportunidades nas empresas para atrair e reter essas juventudes, contemplando toda sua diversidade.” O Itaú Educação e Trabalho há mais de dez anos atua na ampliação e no fortalecimento de políticas públicas de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) no Brasil, com ações junto ao poder público e entidades civis, além de geração de conhecimento para apoiar o debate em torno do tema, afirmou Jamra.
Outro instituto que trabalha com inclusão de jovens é o Instituto Repartir. Fundado em 2021, a organização criou o Banco Inclusivo de Comunicadores. Esse banco de dados conta com informações de cerca de 100 estudantes ou jovens recém-formados de 13 estados brasileiros, sendo 100% de famílias de baixa renda, 80% pessoas negras, 64% mulheres e 60% pessoas LGBT+0. Empresas, agências de comunicação e instituições do terceiro setor podem consultar os perfis no link www.institutorepartir.org.br/banco-inclusivo-comunicadores.
Sorry, the comment form is closed at this time.