12 jun Programa pretende integrar 2,4 mil migrantes à indústria gaúcha até 2027
Programa pretende integrar 2,4 mil migrantes à indústria gaúcha até 2027
Projeto, fruto de parceria entre Fiergs, OIM e ONU, propõe, além de emprego, acolhimento e qualificação. Iniciativa será desenvolvida, inicialmente, em quatro polos no RS.
Com a missão de ampliar o desenvolvimento social, qualificar profissionais e mitigar a falta de mão de obra, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) lançou, nesta quinta-feira (12), o programa Indústria Acolhedora.
Em parceria com a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a Organização das Nações Unidas (ONU), a iniciativa busca acolher e integrar migrantes e refugiados na indústria gaúcha.
Desenvolvido inicialmente em quatro polos do Estado, o projeto deve impactar diretamente 2,4 mil migrantes de 2025 a 2027, segundo estimativa da Fiergs.
O programa foi lançado oficialmente na sede da federação, na zona norte de Porto Alegre, com a presença do presidente da entidade, Claudio Bier, do chefe da missão da OIM do Brasil, Paolo Caputo, e da embaixadora da OIM no Brasil, Luiza Brunet.
O Indústria Acolhedora é baseada em três eixos principais:
- acolhimento;
- qualificação; e
- inclusão.
Após serem amparados, os migrantes passarão por cursos de especialização e futura integração no mercado de trabalho.
Relembrando o importante papel dos imigrantes na história do Rio Grande do Sul, o presidente da Fiergs afirmou que esse é um novo passo para o desenvolvimento das pessoas e do Estado:
— Há muitas indústrias que hoje são gigantes, mas começaram como pequenos negócios familiares, fruto de trabalho árduo, de uma visão daqueles que escolheram essa região para começar. É com esse espírito que desenvolvemos a Indústria Acolhedora, um programa que promove a qualificação e a inserção produtiva de imigrantes e refugiados.
Integração na indústria e na comunidade
Além da questão educacional e profissional, os migrantes terão acesso a auxílio para adaptação e inclusão, pensando neles e em seus familiares.
— A OIM vem, desde o primeiro acolhimento, ajudando na parte de documentação, de tudo que o migrante precisa logo que chega aqui ao Estado. O Sesi vem cuidando da assistência médica, odontológica, vacina, apoio psicossocial e uma série de outros serviços — explicou o gerente da Divisão de Educação do Senai-RS, Marcio Basotti.
O Sesi também vai prestar apoio relativo a educação básica, idioma e a assistência aos filhos dos migrantes e refugiados que estão em idade escolar. Na parte da educação profissional, o Senai entra com ações para qualificar os integrantes do programa.
A necessidade de integrar o migrante e o refugiado foi destacada pelo chefe da missão da OIM do Brasil, Paolo Caputo:
— A Indústria Acolhedora precisa incluir essa mão de obra na comunidade, porque isso é o segredo do sucesso, do êxito. Quando um migrante já faz parte da comunidade, a relação com o território, com a indústria, muda. É o começo de uma nova vida, de uma nova história que vamos construir juntos.
Segundo Caputo, o programa deve atingir imigrantes de vários países, mas principalmente da Venezuela, do Haiti e de Cuba.
Luiza Brunet destacou o impacto de iniciativas como esta na vida de mulheres:
— Quando essas parcerias são feitas, de fato, a coisa acontece. Tem a questão da mulher ter a oportunidade de empreender. Mas antes disso, ela precisa se profissionalizar, estar com essa parte emocional e psicológica em dia.
Polos de atuação
Inicialmente, o programa Indústria Acolhedora será desenvolvido em quatro polos do Estado: Passo Fundo, Erechim, Caxias do Sul e Vale do Taquari.
Um projeto-piloto foi iniciado, há cerca de duas semanas, na região de Erechim, com 200 pessoas participando da parte de qualificação. Essa iniciativa conta com apoio da empresa Comil.
— Hoje, estamos com 200 pessoas trabalhando, estudando, já fazendo os cursos na região de Erechim. Praticamente todas elas já estão com oportunidades, se já não estão inseridas dentro das indústrias locais — destaca Basotti.
O gerente da Divisão de Educação do Senai-RS afirma que segmentos como os de alimentação e metalmecânico estão entre os principais ramos que devem receber profissionais formados dentro do programa.
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