Siemens elimina a avaliação de desempenho no modelo híbrido

Siemens elimina a avaliação de desempenho no modelo híbrido

Publicado em 28 de abril de 2022

No retorno ao escritório, com um modelo que inclui o trabalho virtual e o presencial, a empresa eliminou notas para performance e criou um manual para as lideranças.

A fim de acelerar o retorno aos escritórios no modelo híbrido, a Siemens, empresa de tecnologia com foco na indústria, infraestrutura, transporte e saúde, criou novos procedimentos para as lideranças, um aplicativo de reservas de mesas de trabalho e “derrubou” as antigas avaliações de desempenho, baseadas em notas.

Também lançou o manual “De volta para o futuro”, com informações para os empregados sobre o formato híbrido, dicas de saúde e benefícios, e um guia para as lideranças. “Há sugestões para reforçar os vínculos com os times, como receber, virtualmente, os novos contratados, ou como dar feedbacks a distância”, afirmou Caroline Zilinski, diretora de pessoas e organização na Siemens no Brasil, durante live da série RH 4.0 do “Carreira em Destaque”, mediada pela editora de Carreira do Valor, Stela Campos.

 “É fácil trabalhar no remoto com quem é conhecido. E quando você nunca viu o funcionário pessoalmente?”, destaca Zilinski, sobre a necessidade das orientações.  A executiva diz que o novo formato de trabalho exigiu a digitalização e a renovação de processos como a organização da carga de produção, avaliações e treinamentos. As horas extras feitas em casa entram no banco de horas. “A performance [dos funcionários] era evidente e esse tempo precisava ser contado.”

A forma de medir o desempenho das equipes mudou. Antes, era anual e usava um ranking para avaliar performance e comportamento funcional. Com o tempo, explica, o peso dessas classificações diminuiu. “As pessoas são únicas e não devem ser analisadas pela mesma régua”. Com isso, as notas foram eliminadas das avaliações. “Nosso modelo de avaliação de performance caiu, hoje não temos nenhuma métrica.” A substituição se deu por ações como as “growth talks” ou conversas de crescimento, que podem acontecer durante todo o ano. São direcionadas para temas como aprendizagem, feedback, alinhamento de carreira e reconhecimento. “Os feedbacks agora são ‘on-time’ [na hora]”, diz. Não há mais observações feitas sobre algo que aconteceu há seis meses.

 Para garantir o impulso nas carreiras das equipes na nova fase, foi investido R$ 1,8 milhão em capacitação no ano fiscal de 2021, sendo R$ 400 mil em plataformas de ensino como LinkedIn Learning, Harvard Business Review e Coursera. A universidade corporativa ficou totalmente on-line e o tempo total de aprendizado por funcionário atingiu 16,1 horas ao ano, superando o objetivo inicial, de dez horas.

Com 303 mil funcionários no mundo, sendo 2,5 mil no Brasil, a multinacional alemã iniciou este mês uma retomada gradual com expediente “3×2” – três dias por semana no escritório e dois em casa. Oitenta e cinco por cento da força de trabalho, todos da área administrativa, podem optar pelo formato. Os dias de “presencial” são escolhidos pelas equipes. “Hoje, todos os novos talentos que ingressam na Siemens têm a opção do modelo híbrido no contrato de trabalho”, afirmou a executiva.

Neste retorno ao escritório, a companhia não relaxou com os desdobramentos da pandemia: oferece testes semanais de diagnóstico de covid-19 para o quadro e enfatiza o cuidado com a vacinação. “Recomendamos que os não vacinados por alguma razão continuem trabalhando remotamente”, afirmou Zilinski.

Para garantir a segurança dos times contra a covid-19, a Siemens adotou um aplicativo de reservas dos postos de trabalho, com o objetivo de evitar aglomerações, e estabeleceu uma testagem semanal obrigatória. “Respeitamos a opinião de todos [que não se vacinaram], mas desde o início da pandemia, baseada em estudos e pesquisas, a companhia se mostrou pró-saúde e a favor da ciência.”

No app batizado de Comfy, é possível escolher mesas e ambientes para reuniões. Depois de uma reforma nos escritórios, o grupo extinguiu as salas privadas do CEO e da diretoria, que se transformaram em espaços colaborativos. “As mesas não são mais fixas e todos precisam reservar”, afirma. Pelo sistema, é possível saber quem estará nas baias vizinhas durante o expediente.

Fonte: Valor Econômico
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