Congresso debate uso da tecnologia no comércio e os negócios do futuro

Congresso debate uso da tecnologia no comércio e os negócios do futuro

Publicado em 16 de agosto de 2023

O último dia da 38º edição do Congresso Nacional de Sindicatos Empresariais (CNSE), evento promovido pelo Sindicato do Comércio Varejista do RN (Sindilojas/RN) e Fecomércio RN, discutiu temas como o futuro do varejo, uso da tecnologia no comércio e reforma trabalhista. O balanço dos organizadores foi positivo acerca do evento, iniciado na última quarta-feira (09) no Centro de Convenções, em Natal, e que reuniu líderes varejistas e representantes de sindicatos e entidades patronais de todo o Brasil. Foram mais de 1.200 pessoas envolvidas durante toda a atividade.

Para o presidente do Sindilojas/RN, Gilberto Costa, o evento discutiu perspectivas e experiências que os varejistas e integrantes do comércio de todo o Brasil poderão aplicar em seus respectivos estados. “O evento foi um sucesso total, só recebemos elogios dos presidentes de sindicatos e federações de todo o Brasil. Para o RN isso é algo muito importante e proveitoso, com organização, troca de experiências e palestras com debates importantes para o comércio varejista e o setor empreendedor”, disse.
Mesmo pensamento tem o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte, Marcelo Queiroz. “A avaliação é bastante positiva. Recebemos presidentes de federações e sindicatos de todo o País, num momento de confraternização e também de palestras, acompanhamento de aprimoramento de conhecimentos, discussões. Debatemos temas importantes como empreendedorismo, inovação e também outros assuntos ligados a política e economia. Os empresários saem daqui com uma bagagem suficiente para replicar isso para seus respectivos empreendedores locais”, citou.
A 38º edição do Congresso Nacional de Sindicatos Empresariais – CNSE reuniu dirigentes e executivos de todas as regiões do país participam do evento, no Centro de Convenções de Natal, com o tema ‘Fortalecer sindicatos é preparar as empresas’ e discutiu as principais tendências e desafios do setor terciário. A programação do 38º CNSE contou com temas Cenário Econômico, Reforma Sindical, Reforma Trabalhista, dentre outros.
Nesta sexta-feira (11), uma das palestras foi ministrada pelo professor e economista Gil Giardelli, com o tema “Tendências e Oportunidades para o Varejo”. O economista apresentou algumas das principais novidades que devem movimentar a sociedade e os negócios do segmento no futuro, como as ferramentas baseadas em inteligência artificial, realidade virtual, NFT, nanochips, robótica, entre outras.
O palestrante lembrou momentos históricos que provocaram transformações profundas na economia global, como a Revolução Francesa, Industrial e o crash da bolsa americana em 1929. “Acredito que esses momentos mudaram nossa forma de lidar com o capitalismo. A pandemia é um deles e forçou a gente a se reinventar. De lá para cá, começamos a viver uma era de inovação, que vem mudando o comércio e os serviços; mas ao mesmo tempo nunca foi tão necessário um encontro presencial, como esse”, destacou. Ele citou ainda que ferramentas baseadas em Inteligência Artificial já são uma realidade no cotidiano de profissionais e empresas.
“Tudo aquilo que a gente sabia de economia no final da segunda guerra mundial está caindo de maduro. A hora da economia circular, que mistura digital e físico, chegou”, comentou o professor.
Além disso, o último dia contou com um debate sobre a Reforma Trabalhista, com participação do desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT/21), Bento Herculano, e Cláudio Gabriel de Macedo Júnior, Superintendente Regional do Trabalho no RN. O advogado do Sindilojas Porto Alegre, Flávio Obino, também participou da mesa redonda. A mediação foi do presidente do Sindilojas/RN, Gilberto Costa.
“Temos que pontuar que uma reforma legislativa por si só não gera empregos. Ela pode colaborar, mas não sozinha gerar. O que gera é crescimento econômico. A reforma, apesar de estar completando seis anos, tivemos crise econômica, pandemia, e agora que o STF está julgando as últimas açóes em face da reforma. Ela tem funcionado adequadamente aquilo que ela se propôs, mas é preciso mais tempo para podermos avaliar. Mas a necessidade de aperfeiçoamento é inegável. Precisamos tratar de trabalhadores de plataformas digitais, a questão de se regulamentar melhor a terceirização, se adequar mais as doenças ocupacionais e acidentes de trabalho, a realidade que vem acontecendo, em alguns aspectos dar um maior equilíbrio. A reforma pode funcionar adequadamente para alguns setores, mas não podemos negar de que ela foi feita pela perspectiva dos empregadores e não dos trabalhadores”, analisa Bento Herculano, acrescentando que será necessária uma nova reforma em breve.
Para o advogado do Sindilojas Porto Alegre Flávio Obino a avaliação acerca da reforma trabalhista é positiva. Segundo ele, a reforma se mostrou eficaz em momentos de crise, como a pandemia de covid-19, uma vez que as mudanças na legislação permitem que as partes possam negociar eventuais acordos.
“Sempre defendemos que a legislação trabalhista era engessada e detalhista e se defendia essa mudança de modelo. A reforma, a partir do momento em que ela estabelece que o negociado pode prevalecer sobre o legislado ela inverte esse formato de proteção de trabalho e possibilita que se negocie tudo, dando ampla possibilidade de construção pelas entidades sindicais de trabalhadores e empresários e respeita apenas os direitos indisponíveis. Defendíamos uma mudança na legislação para definir os direitos indisponíveis e depois deixar tudo a partir de negociação coletiva. A reforma fez de forma diferente: ela sinaliza pontos que podem ser negociados e apenas de forma exemplificativa, veda o que não podemos negociar. A grande mudança é no marco legal trabalhista”, aponta.
Fonte: Tribuna do Norte
No Comments

Sorry, the comment form is closed at this time.