Grupo formado por dez instituições fortalece mobilização pela prevenção de acidentes de trabalho em Goiás

Grupo formado por dez instituições fortalece mobilização pela prevenção de acidentes de trabalho em Goiás

Publicado em 25 de abril de 2024

Instituições públicas, associações e federações de trabalhadores e indústrias no Estado assinaram, no dia 19/4, um acordo de cooperação técnica para a criação do Grupo Interinstitucional do Programa Trabalho Seguro da 18ª Região (Getrin 18), do qual o Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (Goiás) faz parte. A assinatura do documento reuniu representantes dos dez partícipes no Gabinete da Presidência do Regional Trabalhista goiano.

Entre as obrigações compartilhadas pelos participantes estão colaborar na implementação de políticas públicas para o meio ambiente, segurança e saúde no trabalho, realizar estudos sobre acidentes de trabalho para prevenir custos sociais (previdenciários, trabalhistas e econômicos) e promover ações educativas e pedagógicas a fim de sensibilizar a sociedade civil e as instituições públicas e privadas sobre a necessidade de combate aos riscos no trabalho e efetividade das normas sobre segurança, saúde dos trabalhadores e meio ambiente de trabalho.

O desembargador do TRT-18 Welington Peixoto, coordenador regional do Programa, Trabalho Seguro atuará como gestor/fiscal do acordo de cooperação técnica, que terá vigência de 60 meses. Assinaram o acordo o TRT-18, o Programa Trabalho Seguro, o Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO), o Ministério do Trabalho em Goiás (MTE-GO), a Associação dos Magistrados do Trabalho da 18ª Região (Amatra 18), o Instituto Goiano de Direito do Trabalho (IGT), a Associação dos Servidores da Justiça do Trabalhista do Estado de Goiás (Asjustego), a Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), a Federação dos Trabalhadores na Indústria nos Estados de Goiás, Tocantins e Distrito Federal (FTIEG-TO-DF) e a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg-GO).

Acidentes no Brasil

Usando dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em 2023, o presidente do TRT-18, desembargador Geraldo Nascimento, citou que o número total de acidentes de trabalho no Brasil em 2022 foi de 612,9 mil, o que resulta na média de 69 acidentes por hora ou 1,15 acidente por minuto. “No ano passado, do total de acidentes, 2.538 resultaram em mortes de trabalhadores e quase 19 mil incapacitações permanentes”, destacou.

Para ele, esses números alarmantes exigem uma mobilização efetiva dos Poderes Públicos, a exemplo do acordo de cooperação técnica hoje assinado, no sentido de investir fortemente em campanhas de conscientização e na adoção de ações efetivas para, com o auxílio das entidades de classe de empregadores e empregados, aplacar essas inquietantes ocorrências que vitimizam os trabalhadores brasileiros.

Por fim, o presidente do TRT-18 reafirmou que a assinatura do acordo representa mais uma louvável ação para corroborar o Programa Trabalho Seguro na implementação, em ambiente colaborativo, de políticas públicas permanentes em defesa do meio ambiente, da segurança e da saúde no trabalho, fortalecendo o diálogo social por meios das entidades representativas do trabalho presentes na solenidade.

Na ocasião, o vice-presidente do TRT, desembargador Eugênio Cesário, destacou o nível de responsabilidade das instituições que assinam o acordo de cooperação, que representam milhares de trabalhadores em Goiás. “Afinal todos nós somos trabalhadores e cientes desse programa social tão relevante. É possível diminuir a perda de mão de obra, que tem um custo altíssimo”, afirmou. Para o desembargador, é preciso estar consciente diuturnamente sobre o ambiente de trabalho seguro, sobre a jornada de milhões de trabalhadores que tanto engrandecem este país.

O desembargador Welington Peixoto ressaltou que desde 2012 a Justiça do Trabalho vem atuando de forma proativa para fomentar projetos que garantam a saúde e segurança no trabalho e citou o sucesso do projeto Café Seguro que chegou a 19 edições. “A vida de cada trabalhador importa e vamos juntos vencer essa estatística com democracia ediálogo social”, destacou em referência ao slogan nacional do programa Trabalho Seguro. “Julgar um processo é fácil. O difícil é quando você encontra um trabalhador muitas vezes mutilado, um falecimento, e quem procura a Justiça é uma família inteira, com vários filhos que dependiam do emprego daquele trabalhador. O que podemos fazer? O caminho é a prevenão”, concluiu.

O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho em Goiás, Alpiniano Lopes, disse que a prevenção ajuda a todos, a empresa, o trabalhador e o próprio Judiciário. “A coisa mais triste é você chegar e ver um trabalhador mutilado. Independentemente da indenização que ele receba, o que a gente quer é evitar que esse trabalhador seja mutilado”, afirmou.

O superintendente Regional do Trabalho e Emprego, Nivaldo dos Santos, disse que somos todos corresponsáveis para levar conscientização e prevenção para a indústria. “O trabalho é seguro quando é digno e decente”, destacou.

Pedro Luiz Vicznevski, presidente da Federação dos Trabalhadores na Indústria nos Estados de Goiás, Tocantins e Distrito Federal (FTIEG-TO-DF) afirmou que a Justiça do Trabalho assume o protagonismo nesta questão. “Vejo com muito bons olhos esse movimento do trabalho seguro. Além de conscientizar sobre o Equipamento de Protenção Individual (EPI) é preciso falar do Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) que as empresas têm que fornecer para garantir um ambiente seguro quaisquer que sejam as atividades”, assinalou. A FTIEG-TO-DF representa hoje mais de 100 mil trabalhadores da indústria no Estado, sendo a metade do setor sucroalcooleiro.

O presidente da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), José Carlos Garrote, destacou que a entidade estará à disposição para fazer a aproximação com o setor privado. “Essa integração propiciada pelo Getrin trará resultados positivos para todos nós e uma maior integração entre as entidades públicas e privadas”, reforçou.

O presidente da Fieg, Sandro Mabel, assinou o acordo de cooperação técnica no dia 16/4 porque não poderia participar da assinatura nesta sexta. Ele afirmou, na ocasião, que a Fieg apoia os programas de prevenção aos acidentes de trabalho e que realiza periodicamente, em conjunto com o Sesi/Senai, campanhas de conscientização sobre o tema. “É muito ruim sair de casa são e se machucar no trabalho”, disse. Para ele, capital e trabalho têm que andar unidos para evitar os acidentes. “É uma satisfação poder participar dessa parceria que tem uma dimensão maior com o envolvimento de tantas instituições”, concluiu.

Confira aqui o inteiro teor do Acordo de Cooperação Técnica-GETRIN

Galeria de fotos:

WF/FV

Fonte: Tribunal Regional do Trabalho 18ª Região
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